
Reuniões públicas remotas sobre o ‘Caso Braskem’, neste mês de março de 2023, discutirão como encaminhar a resolução do evento geológico que afetou quatro bairros de Maceió (AL), incluindo o histórico Bebedouro, com a participação de especialistas e consultores.
Como consultoria em patrimônio cultural e memória para a empresa responsável pela gestão social do caso, tivemos a oportunidade de conhecer detalhes do processo além do que se veicula na cobertura pela mídia. A experiência trouxe lições valiosas sobre como lidar com situações dramáticas como essa, e compartilhamos brevemente algumas dessas lições a seguir. Venha refletir conosco sobre como atuar profissionalmente em casos de gravidade crescente e contribuir para a redução de danos e do desamparo sentido por tantas pessoas.
Transparência e veracidade são fundamentais para lidar com incidentes de qualquer magnitude. A empresa responsável deve fornecer dados e informações além do sigilo profissional para permitir o dimensionamento correto dos impactos e a atribuição de responsabilidades. O poder público também deve informar suas ações, demandas e recursos com clareza.
Apenas uma descrição precisa e completa pode fornecer as bases para ações eficazes de mitigação ou compensação. É essencial realizar estudos aprofundados e apresentar seus resultados de maneira clara e sem omissões.
Uma equipe multidisciplinar experiente é fundamental, mas a comunicação é a chave. Neste sentido, os consultores têm um papel importante como mediadores, buscando informações e oportunidades para o diálogo.
A sociedade e a população afetada devem expressar suas demandas de maneira clara e estar dispostas a participar de uma mediação sem confronto. É compreensível que haja ressentimento e insatisfação com o tratamento do caso, mas é importante abordar a situação com empatia e estar aberto ao diálogo.
É fundamental reconhecer a legitimidade dos atores sociais envolvidos e evitar tentativas de desqualificação ou exclusão.
As melhores práticas de ESG (responsabilidade ambiental, social e governança) propõem ir além do mínimo obrigatório para atender aos anseios da sociedade.
As perdas causadas por um incidente nem sempre podem ser plenamente compensadas. É difícil avaliar e mensurar o impacto na vida cotidiana e nas práticas sociais. Talvez a melhor maneira de reparar seja focar na qualidade resultante e garantir que a população sinta que o processo valeu a pena.
O debate público é que deverá avaliar se essas condições foram atendidas no caso da subsidência em Maceió. Neste sentido, os consultores devem ter a certeza de que fizeram o melhor para proporcionar as condições e oportunidades para um desfecho positivo neste processo.
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